segunda-feira, 27 de abril de 2009

Versos livres

Estava procurando alguma coisa dos meus escritos para postar no blog, daí me deparei com este poema escrito no dia 31/04/2002 quase sete anos atrás.



A capoeira da vida


Vivemos numa sociedade,

sociedade hipócrita,

sociedade racista,

sociedade que não se importa.


Não se importa com o negro,

não se importa com o pobre,

não se importa com aquele

que trabalha, trabalha e morre.


Agora vamos proclamar através

da capoeira.

Precisamos nos libertar

da opressão da desvalorização.


O negro trabalhador precisa

de valor,

e você precisa se conscientizar

que não deve se calar.


Pegue seu berimbau, saia

pelas ruas, a tocar

este som de libertação que libertou

nossos irmãos naquela escravidão.


Entre em uma roda, na roda da

vida, não machuque o malvado

e não saia com feridas.


Lute direito, pelos seus direitos

Viva a vida tocando, cantando

e dançando.

Dance a capoeira da vida!

(Glauce Souza)

terça-feira, 21 de abril de 2009

Camões um gênio!

Nas aulas de Literatura Portuguesa I ministradas pela professora Zilda Freitas sempre aprendemos algo novo. São aulas divertidas, dinâmicas e que nos motiva sempre.
Semana passada na aula, minha professora nos mostrou este poema lindo escrito por Camões (o melhor dos melhores):

Amor é fogo que arde sem se ver;

É ferida que dói e não se sente;

É um contentamento descontente;

É dor que desatina sem doer;


É um não querer mais que bem querer;

É solitário andar por entre a gente;

É nunca contentar-se de contente;

É cuidar que se ganha em se perder;


É querer estar preso por vontade;

É servir a quem vence, o vencedor;

É ter com quem nos mata lealdade.


Mas como causar pode seu favor

Nos corações humanos amizade,

Se tão contrário a si é o mesmo Amor?


Segundo a professora, Camões escreveu este soneto quando tinha 12 ou 13 anos de idade.

Que adolescente extraordinário não é?


Dizia ela:
- Eu, aos 12 anos de idade ainda brincava de boneca. rsrsrsrsrsrs

Agora eu pergunto a você:
- E você o que fazia nesta idade? rsrsrsrsrsrsrs

sábado, 18 de abril de 2009

As doze cores do vermelho

Estou lendo o romance pós-moderno "As doze cores do vermelho" da escritora baiana Helena Parente Cunha.
As inquietações femininas na busca por uma identidade é o discurso predominante na obra.
Você encontra a versão on line do romance http://www.patio.com.br/vermelhos/index.html

Fica então registrada a dica para o feriadão!
Boas leituras!

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Traduzir-se

Ferreira Gullar


Uma parte de mim é todo mundo
Outra parte é ninguém, fundo sem fundo

Uma parte de mim é multidão
Outra parte estranheza e solidão

Uma parte de mim pesa, pondera
Outra parte delira

Uma parte de mim almoça e janta
Outra parte se espanta

Uma parte de mim é permanente
Outra parte se sabe de repente

Uma parte de mim é só vertigem
Outra parte linguagem

Traduzir uma parte na outra parte
Que é uma questão de vida e morte
Será arte ?