Nós, estudantes de Jequié, estamos em greve desde o mês de abril conforme deliberado em Assembleia Geral dos Estudantes na qual estiveram presentes mais de 300 discentes que decidiram pela greve frente ao caos em que se encontra a nossa Universidade: falta de professores, falta de salas de aula, falta de iniciativas em prol da acessibilidade, falta de transparência, falta de autonomia, falta de políticas de permanecia estudantil... Tantas faltas que não visualizamos alternativa além de nos unirmos numa luta por um ensino de qualidade.
Ao longo desses três meses, participamos de uma greve unificada de professores e alunos, porém pouco conseguimos. A categoria docente encerrou seu movimento de greve devido à correlação de forças com o governo estadual, a qual se sentiu enfraquecida e rebaixou sua pauta.
Em contrapartida a nossa categoria, agora sozinha na luta, apesar de contarmos com o apoio dos professores, conseguiu, após quatro dias de ocupação da reitoria em Vitória da Conquista, a assinatura de um termo de compromisso que nada nos garante, trata apenas de um compromisso da administração da Universidade em “defender” algumas de nossas pautas.
Nessa luta, muitos desafios nos são apresentados. A administração da Universidade no último CONSEPE, mostrou suas garras. Solicitamos o cancelamento da reunião devido a convocação arbitrária que pretendeu e decidiu o início de um calendário acadêmico pós greve sem considerar o nosso estado de greve. A administração da Universidade, na figura do Magnífico Reitor Paulo Roberto, além de ser contra o pedido dos estudantes também rechaçou a proposta de complementar o semestre com a garantia de mais dias letivos para que os professores pudessem revisar os assuntos anteriores à greve.
Como se não bastasse essa manifestação clara de total desrespeito com nossa categoria por parte do reitor e de muitos professores, a Reitoria, aos modos da DITADURA, vem realizando ações jurídicas OPRESSORAS ao movimento estudantil. Isso é inaceitável!
Mas os absurdos na Universidade não param por aí. No domingo (3 de julho) estudantes fiscais do vestibular foram vítimas de PERSEGUIÇÂO, ao serem impedidos pela COPEVE de trabalhar sob alegação de fazerem parte do movimento estudantil, pessoas estas que se deslocaram de suas cidades especialmente para este fim.
Esta é realmente a Universidade que constrói o nosso futuro e respeita nossas tradições? Será que é desta forma que a reitoria pretende formar cidadãos com consciência crítica e capazes de modificar a realidade de nosso País? OPRIMINDO e PERSEGUINDO os que lutam por melhorias na Universidade!?
Entre derrotas e vitórias só percebemos que a luta por uma educação pública de qualidade não pode parar. Temos pautas que não foram atendidas e nem mesmo ouvidas por este governo. Quem milita no movimento sabe o quanto é difícil mobilizar a base para uma greve estudantil. E agora que já estamos nessa altura da luta, não podemos sair desta forma: sem ser ouvidos e sendo desrespeitados.
Ainda estamos sem professores, ainda estamos sem salas de aula, a permanência estudantil ainda é uma grande preocupação em nossa universidade. Mais do que nunca a nossa classe deve se unir, pois somente assim teremos nossos direitos garantidos.
Por tudo isso convidamos a todos e a todas para participarem da Assembleia Estudantil na próxima quinta-feira às 17:00 horas no auditório Wally Salomão.
É de fundamental importância a presença de todos.
Movimento Estudantil UESB Jequié.
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