Ando
por uma terra
onde
tudo é sequidão.
Já
não vejo boi vistoso,
vejo
boi magro no chão.
Vejo
a moça que lê O quinze
e chora sua condição.
Vejo
roceiro ir pra cidade
em
busca de solução.
Vejo
animais morrendo,
sem
ter como se valer.
Vejo
famílias em luto
overbo é apenas morrer.
Olho
pro céu tristonho
e fico a matutar.
Por
que tamanha judiação?
Eu
quero apenas plantar.
Única
água que vejo,
essa
não serve não.
É
a água dos meus olhos,
pranto
amargo do sertão.
Já
fazia trinta anos.
Essa veio pra se vingar.
Essa veio pra se vingar.
São
José inda não deu jeito,
o negócio é lamentar.
A
espera castiga gado
castiga
terra, plantação.
Leva
nossa gente a dizer:
essa
terra tem jeito não!
A
cidade começa a sentir
a falta que a chuva faz.
O
leite já tá faltando
na mesa daquele rapaz.
Os
doutores se reúnem
a fim de discutir.
Falam
de métodos
pra
fazer água fluir.
Mas
se sou mesmo um forte
Como
dizem por aí,
vou
fazer valer o ditado,
não
vou deixar minha fé sumir.
Vou
esperar água do céu,
essa
com fé há de chegar.
E
com alegria vou dizer,
essa
é pra plantar.
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