Ontem à tarde, dia 24 de julho de 2011, orientei minha sobrinha Geovana, à produzir uma resenha crítica a respeito do filme “Wall-e” lançado pela Walt Disney. Geovana tem doze anos de idade e cursa o 6º ano ou 5ª série do Ensino Fundamental no Colégio Municipal Presidente Médici na cidade de Jequié. Esta resenha foi solicitada como uma das atividades avaliativas da disciplina de inglês. Não sei ainda qual a relação da resenha deste filme com a disciplina e a minha sobrinha também não soube me explicar. Mas quero acreditar, e não vejo dificuldade nisso, que essa relação exista.
Para Geovana, a tarde deste domingo foi quase toda dedicada à esta produção. Ela achou necessário rever o filme para depois começar a escrever. Minha orientação dada à produção se baseou na seguinte dinâmica: ela contava-me sobre o enredo do filme e eu indagava sobre o objetivo e as causas dos acontecimentos ocorridos nele a fim de que ela percebesse as informações mais necessárias para compor o texto. Tentei mostrar à ela que a produção textual dependeria das informações obtidas (ter o que falar) e da escolha das estratégias para falar (eliminar os equívocos).
Uma amiga minha costuma dizer admirar a minha empolgação com tudo o que eu faço. Nesta tarde lembrei dessa amiga, pois, ao ajudar a minha sobrinha fiquei empolgada, pra variar. Eu além de me empolgar com o processo de produção me iludi com o tratamento que seria dado a este texto. Eu estava tão iludida que cheguei a falar para minha sobrinha: "Se a professora não acreditar que este texto é de sua autoria, me fale que eu vou lá conversar com ela!". Mas, como toda ilusão tem seu fim, Geovana fez somente adiantar o fim da minha. Sua revelação me fez acordar. Foi quando ela disse: "É...o pior é que a professora pede para escrever um texto e nem lê!". A partir daí, encontrei talvez um dos motivos do desinteresse e frustração de milhares de estudantes em relação à leitura e escrita. Entendo que ler e escrever sem uma função social não tem sentido. Mas, mesmo assim tentei justificar a atitude da professora pela quantidade de alunos que provavelmente ela tem em sala. Porém, minha justificativa foi sufocada quando minha sobrinha ainda revelou-me que poucos alunos realizam atividades como esta. Foi nesta tarde também que aproveitei para ter uma conversa séria sobre a função social da leitura e da escrita com Geovana e seu irmão de oito anos de idade (claro que falei por meio de uma linguagem adequada para eles, afim de que compreendessem o que eu estava falando). Durante a conversa percebi o seguinte: eles entendem que saber ler e escrever facilita muito a vida em sociedade e fiquei feliz! Então, para tentar solucionar o problema revelado, orientei a minha sobrinha a oferecer o seu texto para ser lido pela professora, a fim de que ele não cumpra somente o objetivo de computar nota na caderneta.
Infelizmente, a atitude corriqueira desta professora é um retrato da realidade de muitas escolas do nosso Brasil, onde a função social da escrita não é levada em consideração e os alunos que escrevem não são lidos. Lembro do que disse a professora Adriana Barbosa há poucas semanas atrás numa palestras na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB: “Quem escreve quer ser lido”, mas parece que a professora de Geovana ainda não entendeu isso. Resolvi então publicar o texto dela, porque pelo menos aqui ele cumprirá a função para a qual foi escrito ou deveria ter sido. Se a professora não ler, você lerá e decidirá se assiste ou não ao filme.
Resenha crítica do filme Wall-e
Por Geovana de Jesus Sousa
O filme “Wall-e” conta a história de um robô que fica sozinho no planeta Terra enquanto os homens estão no espaço, pois, poluíram o planeta a ponto de ninguém poder habitá-lo.
Este robô, chamado Wall-e, fica cerca de 600 anos organizando todo o lixo deixado pelos homens. Enquanto organiza os destroços, acontecem acidentes, como gases tóxicos que são vazados, consequência do lixo das pessoas. Estas pessoas ficam desocupadas no espaço e isso causa tédio à elas. O robô Wall-e por sua vez, vai atrás da nave que está o seu amor, Eva. Ela é uma robô modernizada que surge numa nave espacial de repente.
O trabalho realizado por Wall-e fez com que as pessoas voltassem para a Terra e consertassem os problemas.
O filme mostra uma situação crítica em que está o planeta quando um robô sem sentimento iniciando o processo de limpeza desperta as pessoas.