Texto publicado no site F5 Jequié http://www.f5jequie.com.br/colunas/81-raca-genero-e-o-exercicio-intelectual.html
Gloria Jean
Watkins ou simplesmente bell hooks*, é uma intelectual negra norte americana nascida
na década de 50. Em seu
texto Intelectuais Negras, ela
discute sobre a importância do trabalho do intelectual, sobretudo os causadores
da desvalorização das intelectuais negras e os seus dilemas.
Com o
objetivo de sobreviver a uma infância dolorosa, bell hooks volta-se para o
trabalho intelectual acreditando ser ele o instrumento de compreensão da sua
realidade e do mundo em volta, como também, uma parte da luta pela libertação e
compreende os danos da subordinação sexista na vida intelectual negra norte
americana. Para ela, esta subordinação continua a obscurecer e desvalorizar a
obra das intelectuais.
A pensadora
afirma, que a negação às mulheres a oportunidade de seguir uma vida da mente é
atuação do patriarcado capitalista com supremacia branca. Por isso, acredita
que só através da resistência efetiva é possível exigir o direito de afirmar
uma presença intelectual. Para ela, haverá maior estímulo para que as jovens
estudantes escolham caminhos intelectuais quando comunidades negras diversas
enfocarem os problemas de gênero e o trabalho de estudiosas for lido e
discutido mais amplamente nesses lugares.
Hooks
acredita que o trabalho intelectual pode nos ligar a um mundo fora da academia,
aprofundar e enriquecer nosso senso de comunidade. E é essa ideia que ela
afirma querer compartilhar com as jovens negras temerosas de que o trabalho
intelectual nos aliene do mundo “real”.
Portanto, orienta as intelectuais negras
comprometidas com práticas insurgentes a reconhecer o apelo para falar
abertamente sobre a vida intelectual e sobre o trabalho como forma de ativismo.
Pois, segundo ela, quando o trabalho intelectual surge de uma preocupação com a
mudança social e política radical, quando esse trabalho é dirigido para as
necessidades das pessoas, nos põe numa solidariedade e comunidade maiores e
enaltece fundamentalmente a vida.
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*O apelido que ela escolheu para
assinar suas obras é uma homenagem aos sobrenomes da mãe e da avó. O seu texto
é assinado com letra minúscula, opção da própria autora.
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