quinta-feira, 16 de agosto de 2012

A vida é sempre mais

      
           No último dia 11 na Comunidade Batista Oásis, mais uma vez fomos conduzidos a uma reflexão coletiva recheada de simplicidade, graça, milagres e aprendizados para continuar caminhando com Jesus de Nazaré, aquele que se revela cotidianamente apontando algo novo para as relações da vida.
           A palavra ministrada pelo amigo e pastor Dey foi baseada no capítulo 11 do evangelho de João onde encontramos a narrativa da morte e ressurreição de Lázaro. A reflexão nos proporcionou uma aproximação de tudo aquilo que possivelmente esta morte e ressurreição nos ensina na caminhada com o mestre de Nazaré. Dey nos fez perceber como a narrativa de João pode nos deixar em “parafuso”. Primeiro, porque Jesus não se importa muito ao receber a notícia que o seu amigo estava enfermo. Parece que Jesus não se dá conta do poder que tem a presença de um amigo para um doente. Segundo porque Jesus demonstra total desprendimento em relação ao tempo cronológico e não se importa caso chegue atrasado ou tarde demais para o cerimonial fúnebre do seu amigo.
Se olharmos para esta História e fizermos aquele velho exercício de aplicação dos ensinamentos do texto bíblico às nossas vidas, vamos perceber que Deus também se revela no cenário das incertezas, dos traumas, das inquietações e tempestades no coração e isto muito nos ensina. É no cotidiano incerto que a ressurreição acontece.
Confesso que ao ler a narrativa cresceu dentro de mim certo medo, por saber que ela sendo mal interpretada, pode se enquadrar perfeitamente como um belo exemplo para a Teologia da Barganha, pelo simples fato de Jesus ressuscitar Lázaro após ser adorado. Não se assuste caso encontre por aí um pregador da barganha dizer: Adore como Maria, irmão de Lázaro, que a vitória é certa! Mas, deixando o medo de lado, confesso conseguir enxergar que Maria adora sem imaginar que naquele dia seu irmão ressuscitaria. E ainda, que a maior ressurreição desta história talvez não seja aquela acontecida com Lázaro, mas aquela sucedida nos corações de muitos presentes, a ressurreição do verdadeiro sentido da vida.
Na narrativa, Maria nos ensina o que é ter uma vida em constante adoração independente das circunstâncias. Parece que ela sempre escolheu a melhor parte, a exemplo do dia em que preferiu estar aos pés de Jesus, dia movimentado em sua casa – e isso não revela uma Maria irresponsável diante dos afazeres, mas, revela uma Maria que sabe valorizar cada momento da vida.  Ela é também aquela que adora, mesmo diante de cenários em que a morte está presente como principal adereço.
É preciso aprender que durante nossa existência para que haja ressurreição é necessário deixar morrer alguns lázaros e não só deixar morrer, mas principalmente, deixar cheirar mal e isso requer tempo.
Que possamos deixar morrer os traumas e as inquietações, só assim compreenderemos a maior lição desta história, a vida não se acaba no túmulo.  Jesus é aquele que chora diante da ausência da fé e manifestação da desesperança porque ele quer apenas nos ensinar: a vida é sempre mais.


8 comentários:

  1. Gal, tu és por demais inteligente, intensa e precisa em suas colocações. Tu percebeste para além de si mesma. Percebo tuas palavras subirem a mesa e saltarem em várias direções, alcançando objetivos diversos. Como é bom perceber que aquela menina simples e sonhadora cresceu e se tornou numa mulher cheia de graça. Adoro ler seus textos e perceber tuas críticas que são de fato uma análise com critérios. A vida é sempre mais, sempre mais que a própria morte. O carpinteiro de Nazaré continua a ressuscitar Lázaros, sim continua. Somos prova viva disso, pois ressuscitamos um pouco a cada dia. Afinal de contas segundo Nietzsche “só há ressurreição onde há túmulos”. Ressurreição é o caminho da continuação, por isso a vida é sempre mais.

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    1. Dey, muito grata pela reflexão facilitada...Abraços querido!!!

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  2. Muito bom!! Quem dera, minha amiga Gal, que nós tivessemos sempre a certeza da afirmativa que inquietou o pastor Dey, para a mensagem e você para este texto." A vida é sempre mais", os percálcios, as aflições da vida as vezes nos deixam duvidosos quanto ao desejo do nosso maior amigo, Jesus Cristo, em nos revelar que de fato há infinitamente mais Dele para realizar em cada um de nós.
    JOILTON.

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  3. É verdade Joilton há sempre mais de Deus para nós. Obrigada pela visita!

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  4. Poxa, que bom que existem pessoas que olham pro texto com os óculos da graça e extraem dele vida..
    Interessante, a sensibilidade de Jesus que expressasse de maneira aparentemente insensível, ao atrasar sua chegada àquele ambiente de perplexidade faz com que “outros mortos” sejam ressuscitados além de Lazaro.
    Um simples “atraso” e tantas pessoas ressuscitaram ao mesmo tempo. Fantástico!
    Sabendo Jesus que a vida é sempre mais, se para que a promoção desta seja possível alguém tenha que morrer, que morra o amigo e que morra ele próprio, como o fez na cruz. Jesus é lindo!
    Bjs Gal,
    #souseufã

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  5. É verdade Léo, até Cristo morreu na cruz e sua morte trouxe vida e ressurreições diversas!!! Abraço querido! Sinto-me lisonjeada quando vc dedica um tempinho seu para ler meus textos.

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  6. Rapaz tu arrebenta minha amiga. b om d++++++++++.
    Ichim

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  7. Valeu Ichim, vc faz parte disso!!!

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