domingo, 31 de maio de 2009
Gente vejam o que aconteceu...
Alguns dias atrás a professora Zilda Freitas nos pediu uma análise escrita do poema "O infante" do grande poeta português, Fernando Pessoa. Fiz toda a análise (Forma e conteúdo) e resolvi conferi se na internet tinha alguma coisa que contribuiria ou apontaria para algum "erro" da minha análise. Entrei em um blog, que por sinal, esqueci o endereço. Lá encontrei o poema "O infante" e uma descrição do mesmo. Toda empolgada que sou (como diz minha amiga Janailli), mergulhei na leitura e percebi que havia uma grande incoerência ou melhor, havia um equívoco na descrição feita. O blogueiro dizia que o poema "O infante" era todo composto de versos decassílabos. Coisa que não percebi ao fazer a minha análise. Aprendi a analisar poemas nas aulas de Teoria da Literatura I com o poeta José Inácio Vieira de Mello. Lembro o professor contando e cantando as sílabas e tocando os dedos em sua barriga rsrsrs... Foram três aulas tão intensas que tudo aquilo que era necessário aprender para escandir poemas ficou gravado em minha mente e espero não esquecer nunca mais. Sei que ainda não tenho memorizado todos os termos que utilizamos na escansão. Mas, na hora de escandir fico bastante atenta.
Esta incoerência encontrada na internet me levou a uma reflexão que muitos também já devem ter feito. Não pensem que tudo que está na internet é absolutamente verdade, “Internet é terra de ninguém” portanto amigos, ao pesquisarem na net procurem comparar e tirar dúvidas com professores e procure confiar mais em você.
sábado, 30 de maio de 2009
Análise "O infante"
Vejam minha análise, sujeita a alterações e acréscimos...rsrsrsrs
O infante
Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma.
E a orla branca foi de ilha em continente,
Clareou, correndo, até ao fim do mundo,
E viu-se a terra inteira, de repete,
Surgir, redonda, do azul profundo.
Quem te sagrou criou-te português.
Do mar e nós em ti nos deu sinal.
Cumpriu-se o Mar e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!
O poema O infante, de Fernando Pessoa, é composto de três quartetos. As rimas são alternadas ou cruzadas e obedecem o seguinte esquema: ABAB/CDCD/EFEF.
Os versos do poema são livres, sendo que, são decassílabos heróicos os primeiros e segundos versos da 1ª e 3ª estrofe e o quarto verso da 3ª estrofe. Além de decassílabo heróico o primeiro verso da 3ª estrofe é masculino, pois a última sílaba é acentuada. O terceiro verso da 1ª estrofe também é decassílabo heróico (verso de 10 sílabas com variantes em 6 – 10). Os outros versos vão variar em hendecassílabo (verso de 11 sílabas), eneassílabo (verso de 9 sílabas), alexandrino arcaico (verso de 12, 13 ou até 14 sílabas) e verso de gaita galega (verso de 10 sílabas com variantes em 4 – 7 – 10), conclui-se que o poema não segue um padrão único.
Há no poema metáfora: “E a orla branca...”; antítese: “Que o mar unisse, já não separasse.” Anáfora: “Deus quer...”, “Deus quis...”, “Sagrou-te...” “Quem te sagrou...”.
O poeta menciona no início do poema que a obra é resultado do desejo divino e do sonho humano. Ele atribui à Deus a unificação da terra e diz que Deus consagrou o homem destinando-o às conquistas. O poeta menciona a grandeza das descobertas de Portugal, nota-se no isto no segundo verso da 2ª estrofe.
Pessoa assinala que o povo Português foi eleito para realizar estas conquistas, porém, não deixa de mencionar o declínio do Império, nem deixa de apelar à Deus, no último verso, uma nova ação para que se cumpra a promessa feita à Portugal.
Caso você, tenha percebido algum equívoco na minha análise e/ou queira acrescentar algo, por favor, faça seu comentário.
O infante
Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma.
E a orla branca foi de ilha em continente,
Clareou, correndo, até ao fim do mundo,
E viu-se a terra inteira, de repete,
Surgir, redonda, do azul profundo.
Quem te sagrou criou-te português.
Do mar e nós em ti nos deu sinal.
Cumpriu-se o Mar e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!
O poema O infante, de Fernando Pessoa, é composto de três quartetos. As rimas são alternadas ou cruzadas e obedecem o seguinte esquema: ABAB/CDCD/EFEF.
Os versos do poema são livres, sendo que, são decassílabos heróicos os primeiros e segundos versos da 1ª e 3ª estrofe e o quarto verso da 3ª estrofe. Além de decassílabo heróico o primeiro verso da 3ª estrofe é masculino, pois a última sílaba é acentuada. O terceiro verso da 1ª estrofe também é decassílabo heróico (verso de 10 sílabas com variantes em 6 – 10). Os outros versos vão variar em hendecassílabo (verso de 11 sílabas), eneassílabo (verso de 9 sílabas), alexandrino arcaico (verso de 12, 13 ou até 14 sílabas) e verso de gaita galega (verso de 10 sílabas com variantes em 4 – 7 – 10), conclui-se que o poema não segue um padrão único.
Há no poema metáfora: “E a orla branca...”; antítese: “Que o mar unisse, já não separasse.” Anáfora: “Deus quer...”, “Deus quis...”, “Sagrou-te...” “Quem te sagrou...”.
O poeta menciona no início do poema que a obra é resultado do desejo divino e do sonho humano. Ele atribui à Deus a unificação da terra e diz que Deus consagrou o homem destinando-o às conquistas. O poeta menciona a grandeza das descobertas de Portugal, nota-se no isto no segundo verso da 2ª estrofe.
Pessoa assinala que o povo Português foi eleito para realizar estas conquistas, porém, não deixa de mencionar o declínio do Império, nem deixa de apelar à Deus, no último verso, uma nova ação para que se cumpra a promessa feita à Portugal.
Caso você, tenha percebido algum equívoco na minha análise e/ou queira acrescentar algo, por favor, faça seu comentário.
terça-feira, 12 de maio de 2009
Alguns dias atrás estive presente em um evento cultural de divulgação de escritores baianos na minha cidade. A escritora Kátia Borges, convidada da noite, ao falar sobre a magia da poesia, considerava um pecado privar uma criança de conhecer os poemas da Cecília Meireles, pois a poeta possui lindos poemas para crianças. Deste pecado ninguém vai pagar por mim, pois aos 13 anos de idade ganhei de uma tia o livro "Ou isto ou aquilo" da Cecília. Minha tia já entendia aquilo que aos 24 anos de idade eu ouviria da boca de uma escritora.
Esta semana quando estava indo para faculdade, caminhava na minha frente uma menina bailarina, com certeza estava indo pra aula de balé. Ao vê-la pensei: - Será que ela conhece A bailarina, da Cecília? Tive muita vontade de falar para menina. Mas, deixei a oportunidade passar. Se a bailarina ainda não conhece o poema, espero que encontre alguém que possa fazer o que não fiz. É, posso dizer...foi um pecado não falar pra ela. É um pecado uma bailarina não conhecer A bailarina da Cecília.
A BAILARINA
Cecília Meireles
Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.
Não conhece nem dó nem ré
mas sabe ficar na ponta do pé.
Não conhece nem mi nem fá
mas inclina o corpo para cá e para lá.
Não conhece nem lá nem si,
mas fecha os olhos e sorri.
Roda, roda, roda com os bracinhos no ar
e não fica tonta nem sai do lugar.
Põe no cabelo uma estrela e um véu
e diz que caiu do céu.
Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.
Mas depois esquece todas as danças,
e também quer dormir como as outras crianças.
domingo, 3 de maio de 2009
A cura é compreender!
Estava lendo um conto da Clarice Lispector “Uma história de tanto amor” do livro Felicidade Clandestina. Neste conto ela narra uma história de amor entre uma menina e duas galinhas. A menina sofreu muito quando uma das galinhas foi sacrificada para servir de alimento para as pessoas que moravam com ela. Amava muito as galinhas, porém não era retribuída por tal ato. Um trecho bastante interessante que me chamou a atenção foi este: “A menina ainda não tinha entendido que os homens não podem ser curados de serem homens e as galinhas de serem galinhas: tanto o homem como a galinha têm misérias e grandezas (a da galinha é a de pôr um ovo branco de forma perfeita) inerentes à própria espécie.” Daí me lembrei da conversa que eu e meus amigos tivemos com Messias, um amigo que estuda História e Teologia, ele dizia que nosso maior pecado é não aceitar e fugir da nossa condição humana. Mas infelizmente ainda existem pessoas que desejam assumir a posição de Deus, precisa-se então, compreender o que Messias e Clarice me disseram: os homens não podem ser curados de serem homens.
Texto de um dia triste
Hoje quando acordei,
percebi que estava triste, preocupada,
sem esperança...
Em meus pensamentos os questionamentos vieram à tona.
E junto com eles a vontade de resolver todos os meus problemas.
Com tudo isto, a paz dos meus pensamentos se tornou uma fugitiva.
Sofro, quando tento encontrar uma solução pra tudo e não encontro.
Claro que não encontro, não sou Deus, acho que nem Deus age assim.
Acredito no que Clarice Lispector disse: “...tudo que vive sofre.”
Sofro com meus conflitos, sofro com esta sociedade.
Sofro com minhas cobranças...
Sofro quando vejo a maldade, o descaso e a indiferença.
E neste emaranhado de sofrimento uma coisa sei dizer:
- Estou viva, e quero a cada dia sobreviver.
23/01/2009
percebi que estava triste, preocupada,
sem esperança...
Em meus pensamentos os questionamentos vieram à tona.
E junto com eles a vontade de resolver todos os meus problemas.
Com tudo isto, a paz dos meus pensamentos se tornou uma fugitiva.
Sofro, quando tento encontrar uma solução pra tudo e não encontro.
Claro que não encontro, não sou Deus, acho que nem Deus age assim.
Acredito no que Clarice Lispector disse: “...tudo que vive sofre.”
Sofro com meus conflitos, sofro com esta sociedade.
Sofro com minhas cobranças...
Sofro quando vejo a maldade, o descaso e a indiferença.
E neste emaranhado de sofrimento uma coisa sei dizer:
- Estou viva, e quero a cada dia sobreviver.
23/01/2009
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