domingo, 30 de outubro de 2011

O Sermão do Monte, onde Ser é o bastante



Texto dedicado à Adriana Ichim a quem já teve o privilégio de ouvir

as doces palavras do Pr. Carlos Queiroz.


Acabo de ler o livro Ser é o bastante – felicidade à Luz do Sermão do Monte, do pastor cearense Carlos Queiroz. Neste livro o autor discorre sobre os ensinamentos do Sermão do Monte, mensagem importante para todo aquele que se torna ou pretende se tornar seguidor de Jesus.

Embora o Sermão do Monte seja um texto bastante conhecido da bíblia, Carlos Queiroz nos convida a lê-lo com encanto e deslumbre como quem lê pela primeira vez. Para ele, a redescoberta da vocação humana talvez seja um dos mais significativos aspectos abordados neste texto.

O autor discorre com maestria e simplicidade sobre a proposta apresentada no texto bíblico que aponta para a realização plena de nossa humanidade. Segundo ele, ser gente é o que há de mais profundo na vocação dos seguidores de Jesus.

Queiroz enfatiza em seu livro a radicalidade e não extremismo que há no texto do Sermão do Monte. Como também, faz questão de analisar os ensinamentos do mestre e faz isso detalhadamente versículo por versículo. Mostrando que o pobre de espírito citado por Jesus é aquele que tem exclusiva e total dependência de Deus. O conceito de Pobre/humilde apresentado por Jesus implica numa condição de alma, num estado de espírito, numa nova atitude em relação a Deus. O conceito de Jesus em relação à mansidão também nos é revelado. Segundo o autor, Jesus poderia utilizar seu próprio exemplo de vida ao falar em mansidão. Jesus vivia de tal forma a sua condição de ser que não sentia necessidade de provar aos outros coisa alguma, nem de competir por aquilo que não era, pois para ser não precisava destruir pessoas.

São conceitos de mansidão, felicidade, humildade, sensibilidade que nos são apresentados neste livro. Além disso, Carlos Queiroz nos proporciona uma reflexão sobre as inovações da oração do Pai nosso. Oração que segundo ele é a oração da intimidade, da dependência, da entrega absoluta, incondicional, da comunidade e da transcendência.

Leio este livro em um período da minha vida em que escolho me engajar em um novo projeto, onde Ser é o bastante.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Carlinhos e a escola amarela

Todos os dias às cinco horas da manhã Carlinhos sai de casa acompanhado de Creuza, sua mãe, que o deixa na porta da escola vermelha esperando abri-la. É muito cedo, o horário é de verão e a madrugada ainda é bastante escura. Creuza trabalha numa cozinha de uma luxuosa casa no condomínio Morada dos ricos e acorda cedo porque a caminhada até o condomínio é longa.

A escola onde Carlinhos estuda está situada entre o bairro São Luíz e o centro da cidade de Jequié. Ela é de pequeno porte mas, atende muitas crianças moradoras de bairros periféricos.

Carlinhos é um menino esperto e enquanto espera a chegada do porteiro da escola, se mantém atento para que ninguém lhe faça mal. Certo dia, resolveu caminhar um pouco, a fim de quebrar a monotonia da espera, e percebeu que próximo à escola vermelha numa distância de mais ou menos dez metros existe uma outra escola bastante diferente. Ela é pintada de um amarelo forte e possui grandes prédios que ameaçam invadir todo o quarteirão.

O encantamento foi a primeira reação de Carlinhos diante da descoberta, logo depois surgiram-lhes grandes questionamentos. Não entendia porque havia tanta diferença entre as escolas e porque era impedido de estudar ali. Pensou: “Não deve ser ruim estudar numa escola grande, com área de lazer, janelas de vidro e ar condicionados”. Ele admirou tanto aquela escola que se esqueceu do tempo. Por isso pôde ver chegar as crianças que estudavam lá. Seus pais as levavam de carro e mais uma vez pensou: “Porque meus pais não tem um carro para também me trazer na escola?”. A cada criança que chegava Carlinhos se convencia mais da diferença que havia entre os alunos da escola amarela e os da escola vermelha. A pele que aparentava a boa alimentação e os tênis de marca e sem furos daquelas crianças traziam à sua memória a figura dos colegas que muitas vezes chegavam à escola sem se alimentar e usavam tênis furados ou chinelos velhos. O garoto se encantou com o cuidado que aquela escola demonstrava ter com seus alunos. Presenciou o momento em que a rua foi interditada para que eles atravessassem de um lado para o outro com toda a segurança. A presença de um policial militar em frente à escola garantindo a segurança do local também o deixou bastante encantado. Então pensou: “Se esta escola tem um policial porque a minha também não pode ter?”. Carlinhos resolveu perguntar ao polícia se ele poderia fazer a segurança da sua escola também. O policial ao vê-lo se aproximando, com seu traje de menino de escola pública, ordenou de forma brutal e ignorante que o mesmo deixasse o local, como se o menino representasse alguma ameaça ao ambiente. Então, o garoto obedeceu prontamente se direcionando à sua escola e ao mesmo tempo voltando os olhos à amarela. Na escola vermelha as aulas já haviam terminado e as crianças saiam levando um saco de leite para casa. E na rua da escola amarela os carros dos pais já formavam fila, na espera dos filhos e atrapalhava os transeuntes.

Foi assim que Carlinhos percebeu que no mundo existem coisas que não deveriam ser diferentes umas das outras, mas são, inclusive as instituições que chamamos de escolas.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Maria Clara

Cabelos encaracolados com cheiro de flor.
Pele morena, olhos graúdos que
expressam o amor.
Tua voz dengosa
me faz sempre ceder
aos desejos de menina
que parecem não se deter.
É sorvete, milk shake, refrigerante,
seja o que for...
Tenho prazer em comprar pra satisfazer meu amor.
Um acróstico te fiz pra marcar
tua chegada.
Dez anos depois te faço uma poesia.
Continuo encantada!
Hoje é um dia de muita alegria.
Pois completa-se dez anos que
recebemos Maria.



Hoje Maria Clara completa 10 anos de idade.