terça-feira, 22 de dezembro de 2009

O presente que não se compra



Tento todo final de ano, não me encantar com o significado pervertido que deram à festa de Natal. Significado este que em sua maioria está atrelado aos artifícios do capitalismo e todo o seu mal que nos é apresentado com um disfarce de bondade!
Natal deveria ser sinônimo de presente, mas não aquele presente material que se encontra nas lojas luxuosas e que nesta data é intensificado pelo comércio, mas um presente que é VIDA, o Cristo! Presente dado à toda humanidade!
Aí de nós se não recebessemos este presente... Viveríamos um eterno funeral, como afirmou o rev. Caio Fábio, "sem o meu natal de fé em Cristo, sobraria apenas o meu funeral de tristeza." E pior que tem muita gente no funeral ainda.
Espero que esta data se torne propícia para refletirmos sobre o verdadeiro sentido que atribuímos ao Natal e se o nosso Natal tem gerado VIDA ou MORTE para nós.

domingo, 11 de outubro de 2009

Poema chato

Drummond escreveu:
Eta vida besta meu Deus.
Eu escrevo:
Eta vida chata meu Deus.
Minha vida não é besta nem chata, ela está chata!
Eta vida que está chata meu Deus.
Besta não!
Chata!

11/10/09

"Não consegui me conter, precisava desabafar!"

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Condição de Ser

Hoje descobri que sou mais livre do que um pássaro.

Pois eu penso!

O pássaro não pensa, ele voa, só isto!

Eu, eu penso! E por pensar, posso agir.

Posso agir ou não. É questão de opção!

Posso ser, posso não ser.

Posso construir ou destruir.

Posso amar ou não amar.

O pássaro nada mais é que um Ser, que sabe voar.

E eu, sou o Ser capaz de transformar! (Glauce Souza)


Só há liberdade quando há opção, o pássaro não tem outra, senão voar.

Minha vida é cheia de escolhas a fazer. Isto é ser livre!


sexta-feira, 24 de julho de 2009

51º CONUNE (Congresso da UNE) x Reportagem da TV Globo - “Ela é terrível!”



Tive a oportunidade de participar do CONUNE e confesso que fiquei encantada com a força dos estudantes e uma alegria me encheu o coração ao perceber que no Brasil ainda existe Movimento Estudantil (ME) e que ele de fato ajuda o país a avançar nas políticas educacionais.
Não poderia deixar passar em branco o meu comentário sobre o CONUNE que aconteceu entre os dias 15 à 19 de julho de 2009 em Brasília – DF e mais uma atitude sacana da Globo. Minha participação no congresso e a reportagem que assisti da TV Globo, me levaram a escrever este texto. Uma forma de denunciar e relatar minha experiência.
Sempre acreditei que nossas lutas nunca são em vão, ainda que não apresentem resultados imediatos, esta consciência e outras são responsáveis por minha motivação em continuar na luta, seja no CA (Centro Acadêmico) do meu curso, no meu bairro, na minha cidade, na igreja etc.
Por falar em resultados, lá vi de perto como o Movimento Estudantil protagoniza no avanço para a democracia do nosso país. Ao contrário do que pensa a mídia - que insiste em afirmar que a UNE (União Nacional dos Estudantes), entidade legítima de representação dos estudantes, está distante dos grandes temas nacionais e que ela só oferece como esmola para a massa estudantil a meia entrada no cinema, como afirmou um cientista político contratado da Globo numa entrevista. Veja o vídeo da reportagem neste link www.youtube.com/watch?v=GH0kgQ7iUYU - entendo que a UNE tem exercido seu papel ao pressionar os poderes, apresentar propostas como o da Reforma Universitária que está tramitando no Congresso Nacional e denunciar práticas que servem como holofotes políticos e interesses privados como a CPI da Petrobrás uma forma de enfraquecer a estatal e colocar sob suspeição a credibilidade da Petrobrás e do governo brasileiro. Pois, todos os temas apontados como investigação da CPI já estão sendo apurados pelo Tribunal de Contas da União, Ministério público Federal e outras instâncias, não havendo motivos para o inquérito. Além destas contribuições, a UNE têm acrescentado muitas outras que a mídia faz questão de esconder e ainda tem o prazer de elaborar uma reportagem tendenciosa, como se a UNE fosse uma entidade que se vende e não defende os interesses nacionais.
Mas aqueles que estão atentos a estas ciladas da mídia e entendem seu papel enquanto estudantes estavam lá discutindo políticas públicas e definindo os rumos do ME e do Brasil. O Congresso recebeu cerca de 10 mil estudantes de todo o Brasil e de várias forças estudantis que demonstraram empenho na disputa política da diretoria da UNE. A abertura do evento contou com a presença do presidente Luís Inácio Lula da Silva, o primeiro a participar de um congresso da UNE. O evento contou com mesas, debates e culturais, além das plenárias finais onde se aprovou propostas para a Educação, Movimento Estudantil, Conjuntura e elegeu a nova diretoria.
Voltei mais feliz de Brasília por entender que nós estudantes temos força e possibilidades de mudar o país através de uma entidade séria que não se vende e sempre lutou a favor da democracia, inclusão social e soberania do País.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

A culpa é sua!



Ao mau pregador

Antes de qualquer coisa, gostaria de pedir desculpas se eu não te agradar com o meu humilde texto. Ou melhor, não quero te pedir desculpas, desejo que você fique bravo (a) comigo, caso você esteja incluído (a) no texto! (risos)
Ontem, dia 01/07/2009, comecei a ler o Sermão da Sexagésima do Padre António Vieira. Sempre ouvi minha prima, hoje formada em Direito, falar pra minha mãe da preciosidade dos sermões deste padre raro.
Sou do tipo que anota na agenda os livros e filmes que devem fazer parte da minha vida. Isto é pra mim como uma necessidade. Geralmente priorizo ter acesso às obras que não devem passar desapercebidas por uma pessoa do curso de Letras, o melhor curso do mundo, diga-se de passagem. Mesmo fazendo parte da minha lista de obras indispensáveis, nunca tive ansiedade para ler os textos do Vieira, porque sabia que uma hora ou outra iria me deparar com eles. Esta hora chegou, e foram horas maravilhosas!
Confesso, fiquei fascinada com a linguagem, coragem, clareza e várias outras riquezas encontradas no texto. Mas o que me deixou mais fascinada, foi o fato de como um sermão escrito no século XVII pode ser tão atual. O Sermão da Sexágesima foi pregado na Capela Real, em Portugal, no ano de 1655 pelo próprio padre, 60 dias antes da Quaresma. Neste sermão o autor fala da arte de pregar e utiliza da parábola do semeador citada na bíblia. Vieira questiona a quem deve atribuir a culpa da palavra de Deus na sua época, não estar dando frutos. Seria da parte do pregador, do ouvinte ou de Deus? Vieira elabora perguntas que ele mesmo responde. Seu Sermão é composto de muitas críticas aos maus pregadores. Agora te pergunto meu caro leitor : você já pensou se ele ouvisse algumas pregações de hoje? Infelizmente, ainda existem tantos maus pregadores da palavra de Deus, muitos que escondem a verdade, pregam pra agradar o público ou fazem do púlpito lugar de comédia como ele mesmo afirmou.
Por mais que nos púlpitos ainda existem muitos que preferem o caminho mais fácil, o pacto da hipocrisia, do fingimento e da enganação tanto de si como dos outros, acredito (tenho fé e esperança) ainda na possibilidade de que um dia desejem entender o seu verdadeiro papel. Pois, como conclui o Vieira, a terra ainda está em estado de reverdecer e dar muito fruto. Porém, o preço a pagar é este: devemos pretender nos nossos sermões: não que os homens saiam contentes de nós, senão que saiam muito descontentes de si.
Você está disposto? Espero que sim!

domingo, 31 de maio de 2009




Gente vejam o que aconteceu...
Alguns dias atrás a professora Zilda Freitas nos pediu uma análise escrita do poema "O infante" do grande poeta português, Fernando Pessoa. Fiz toda a análise (Forma e conteúdo) e resolvi conferi se na internet tinha alguma coisa que contribuiria ou apontaria para algum "erro" da minha análise. Entrei em um blog, que por sinal, esqueci o endereço. Lá encontrei o poema "O infante" e uma descrição do mesmo. Toda empolgada que sou (como diz minha amiga Janailli), mergulhei na leitura e percebi que havia uma grande incoerência ou melhor, havia um equívoco na descrição feita. O blogueiro dizia que o poema "O infante" era todo composto de versos decassílabos. Coisa que não percebi ao fazer a minha análise. Aprendi a analisar poemas nas aulas de Teoria da Literatura I com o poeta José Inácio Vieira de Mello. Lembro o professor contando e cantando as sílabas e tocando os dedos em sua barriga rsrsrs... Foram três aulas tão intensas que tudo aquilo que era necessário aprender para escandir poemas ficou gravado em minha mente e espero não esquecer nunca mais. Sei que ainda não tenho memorizado todos os termos que utilizamos na escansão. Mas, na hora de escandir fico bastante atenta.
Esta incoerência encontrada na internet me levou a uma reflexão que muitos também já devem ter feito. Não pensem que tudo que está na internet é absolutamente verdade, “Internet é terra de ninguém” portanto amigos, ao pesquisarem na net procurem comparar e tirar dúvidas com professores e procure confiar mais em você.

sábado, 30 de maio de 2009

Análise "O infante"

Vejam minha análise, sujeita a alterações e acréscimos...rsrsrsrs

O infante

Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma.

E a orla branca foi de ilha em continente,
Clareou, correndo, até ao fim do mundo,
E viu-se a terra inteira, de repete,
Surgir, redonda, do azul profundo.

Quem te sagrou criou-te português.
Do mar e nós em ti nos deu sinal.
Cumpriu-se o Mar e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!


O poema O infante, de Fernando Pessoa, é composto de três quartetos. As rimas são alternadas ou cruzadas e obedecem o seguinte esquema: ABAB/CDCD/EFEF.
Os versos do poema são livres, sendo que, são decassílabos heróicos os primeiros e segundos versos da 1ª e 3ª estrofe e o quarto verso da 3ª estrofe. Além de decassílabo heróico o primeiro verso da 3ª estrofe é masculino, pois a última sílaba é acentuada. O terceiro verso da 1ª estrofe também é decassílabo heróico (verso de 10 sílabas com variantes em 6 – 10). Os outros versos vão variar em hendecassílabo (verso de 11 sílabas), eneassílabo (verso de 9 sílabas), alexandrino arcaico (verso de 12, 13 ou até 14 sílabas) e verso de gaita galega (verso de 10 sílabas com variantes em 4 – 7 – 10), conclui-se que o poema não segue um padrão único.
Há no poema metáfora: “E a orla branca...”; antítese: “Que o mar unisse, já não separasse.” Anáfora: “Deus quer...”, “Deus quis...”, “Sagrou-te...” “Quem te sagrou...”.
O poeta menciona no início do poema que a obra é resultado do desejo divino e do sonho humano. Ele atribui à Deus a unificação da terra e diz que Deus consagrou o homem destinando-o às conquistas. O poeta menciona a grandeza das descobertas de Portugal, nota-se no isto no segundo verso da 2ª estrofe.
Pessoa assinala que o povo Português foi eleito para realizar estas conquistas, porém, não deixa de mencionar o declínio do Império, nem deixa de apelar à Deus, no último verso, uma nova ação para que se cumpra a promessa feita à Portugal.

Caso você, tenha percebido algum equívoco na minha análise e/ou queira acrescentar algo, por favor, faça seu comentário.

terça-feira, 12 de maio de 2009



Alguns dias atrás estive presente em um evento cultural de divulgação de escritores baianos na minha cidade. A escritora Kátia Borges, convidada da noite, ao falar sobre a magia da poesia, considerava um pecado privar uma criança de conhecer os poemas da Cecília Meireles, pois a poeta possui lindos poemas para crianças. Deste pecado ninguém vai pagar por mim, pois aos 13 anos de idade ganhei de uma tia o livro "Ou isto ou aquilo" da Cecília. Minha tia já entendia aquilo que aos 24 anos de idade eu ouviria da boca de uma escritora.
Esta semana quando estava indo para faculdade, caminhava na minha frente uma menina bailarina, com certeza estava indo pra aula de balé. Ao vê-la pensei: - Será que ela conhece A bailarina, da Cecília? Tive muita vontade de falar para menina. Mas, deixei a oportunidade passar. Se a bailarina ainda não conhece o poema, espero que encontre alguém que possa fazer o que não fiz. É, posso dizer...foi um pecado não falar pra ela. É um pecado uma bailarina não conhecer A bailarina da Cecília.


A BAILARINA
Cecília Meireles

Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.

Não conhece nem dó nem ré
mas sabe ficar na ponta do pé.

Não conhece nem mi nem fá
mas inclina o corpo para cá e para lá.

Não conhece nem lá nem si,
mas fecha os olhos e sorri.

Roda, roda, roda com os bracinhos no ar
e não fica tonta nem sai do lugar.

Põe no cabelo uma estrela e um véu
e diz que caiu do céu.

Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.

Mas depois esquece todas as danças,
e também quer dormir como as outras crianças.

domingo, 3 de maio de 2009

A cura é compreender!

Estava lendo um conto da Clarice Lispector “Uma história de tanto amor” do livro Felicidade Clandestina. Neste conto ela narra uma história de amor entre uma menina e duas galinhas. A menina sofreu muito quando uma das galinhas foi sacrificada para servir de alimento para as pessoas que moravam com ela. Amava muito as galinhas, porém não era retribuída por tal ato. Um trecho bastante interessante que me chamou a atenção foi este: “A menina ainda não tinha entendido que os homens não podem ser curados de serem homens e as galinhas de serem galinhas: tanto o homem como a galinha têm misérias e grandezas (a da galinha é a de pôr um ovo branco de forma perfeita) inerentes à própria espécie.” Daí me lembrei da conversa que eu e meus amigos tivemos com Messias, um amigo que estuda História e Teologia, ele dizia que nosso maior pecado é não aceitar e fugir da nossa condição humana. Mas infelizmente ainda existem pessoas que desejam assumir a posição de Deus, precisa-se então, compreender o que Messias e Clarice me disseram: os homens não podem ser curados de serem homens.

Texto de um dia triste

Hoje quando acordei,
percebi que estava triste, preocupada,
sem esperança...
Em meus pensamentos os questionamentos vieram à tona.
E junto com eles a vontade de resolver todos os meus problemas.
Com tudo isto, a paz dos meus pensamentos se tornou uma fugitiva.
Sofro, quando tento encontrar uma solução pra tudo e não encontro.
Claro que não encontro, não sou Deus, acho que nem Deus age assim.
Acredito no que Clarice Lispector disse: “...tudo que vive sofre.”
Sofro com meus conflitos, sofro com esta sociedade.
Sofro com minhas cobranças...
Sofro quando vejo a maldade, o descaso e a indiferença.
E neste emaranhado de sofrimento uma coisa sei dizer:
- Estou viva, e quero a cada dia sobreviver.

23/01/2009

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Versos livres

Estava procurando alguma coisa dos meus escritos para postar no blog, daí me deparei com este poema escrito no dia 31/04/2002 quase sete anos atrás.



A capoeira da vida


Vivemos numa sociedade,

sociedade hipócrita,

sociedade racista,

sociedade que não se importa.


Não se importa com o negro,

não se importa com o pobre,

não se importa com aquele

que trabalha, trabalha e morre.


Agora vamos proclamar através

da capoeira.

Precisamos nos libertar

da opressão da desvalorização.


O negro trabalhador precisa

de valor,

e você precisa se conscientizar

que não deve se calar.


Pegue seu berimbau, saia

pelas ruas, a tocar

este som de libertação que libertou

nossos irmãos naquela escravidão.


Entre em uma roda, na roda da

vida, não machuque o malvado

e não saia com feridas.


Lute direito, pelos seus direitos

Viva a vida tocando, cantando

e dançando.

Dance a capoeira da vida!

(Glauce Souza)

terça-feira, 21 de abril de 2009

Camões um gênio!

Nas aulas de Literatura Portuguesa I ministradas pela professora Zilda Freitas sempre aprendemos algo novo. São aulas divertidas, dinâmicas e que nos motiva sempre.
Semana passada na aula, minha professora nos mostrou este poema lindo escrito por Camões (o melhor dos melhores):

Amor é fogo que arde sem se ver;

É ferida que dói e não se sente;

É um contentamento descontente;

É dor que desatina sem doer;


É um não querer mais que bem querer;

É solitário andar por entre a gente;

É nunca contentar-se de contente;

É cuidar que se ganha em se perder;


É querer estar preso por vontade;

É servir a quem vence, o vencedor;

É ter com quem nos mata lealdade.


Mas como causar pode seu favor

Nos corações humanos amizade,

Se tão contrário a si é o mesmo Amor?


Segundo a professora, Camões escreveu este soneto quando tinha 12 ou 13 anos de idade.

Que adolescente extraordinário não é?


Dizia ela:
- Eu, aos 12 anos de idade ainda brincava de boneca. rsrsrsrsrsrs

Agora eu pergunto a você:
- E você o que fazia nesta idade? rsrsrsrsrsrsrs

sábado, 18 de abril de 2009

As doze cores do vermelho

Estou lendo o romance pós-moderno "As doze cores do vermelho" da escritora baiana Helena Parente Cunha.
As inquietações femininas na busca por uma identidade é o discurso predominante na obra.
Você encontra a versão on line do romance http://www.patio.com.br/vermelhos/index.html

Fica então registrada a dica para o feriadão!
Boas leituras!

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Traduzir-se

Ferreira Gullar


Uma parte de mim é todo mundo
Outra parte é ninguém, fundo sem fundo

Uma parte de mim é multidão
Outra parte estranheza e solidão

Uma parte de mim pesa, pondera
Outra parte delira

Uma parte de mim almoça e janta
Outra parte se espanta

Uma parte de mim é permanente
Outra parte se sabe de repente

Uma parte de mim é só vertigem
Outra parte linguagem

Traduzir uma parte na outra parte
Que é uma questão de vida e morte
Será arte ?