domingo, 28 de abril de 2013

Fichamento do texto "O que é teoria?" de Jonathan Culler


Por Glauce Souza


CULLER, Jonathan. O que é teoria? In: Teoria Literária: uma introdução. São Paulo: Beca Produções Culturais, 1999.

  •            “Nos estudos literários e culturais, nos dias de hoje, fala-se muito sobre teoria (...) ‘teoria’ pura e simples.” (p, 11)


  •            “Às vezes, a teoria parece menos uma explicação de alguma coisa do que uma atividade – algo que você faz ou não faz.” (p, 11)


  •            “A ‘teoria’, nos dizem, mudou radicalmente a natureza dos estudos literários, mas aqueles que dizem isso não se referem à teoria literária, à explicação sistemática da natureza da literatura e dos seus métodos de análise.” (p,11)


  •            “Quando as pessoas se queixam de que há teoria demais nos estudos literários nos dias de hoje, elas não se referem à demasiada reflexão sistemática sobre a natureza da literatura ou ao debate sobre as qualidades distintivas da linguagem literária, por exemplo. Longe disso. Elas têm outra coisa em vista.” (p,11)”


  •            “O que têm em mente pode ser exatamente que há discussão demais sobre questões não-literárias, debates demais sobre questões gerais cuja relação com a literatura quase não é evidente, leitura demais de textos psicanalíticos, políticos e filosóficos difíceis.”  (p,11)


  •            “Parte do problema reside no próprio termo teoria, que faz gestos em duas direções. Por um lado, falamos de ‘teoria da relatividade’, por exemplo, um conjunto estabelecido de proposições. Por outro lado, há o uso mais comum da palavra teoria.” (p, 12)


  •             “Uma teoria deve ser mais do que uma hipótese: não pode ser óbvia; envolve relações complexas de tipo sistemático entre inúmeros fatores; e não é facilmente confirmada ou refutada.” (p, 12)


  •          “Teoria, nos estudos literários, não é uma explicação sobre a natureza da literatura ou sobre os métodos para seu estudo (embora essas questões sejam parte da teoria...) (...) ” (p, 12)


  •           “É um conjunto de reflexão e escrita cujos limites são excessivamente difíceis de definir.” (p, 12 e 13)



  •            “(...) obras que conseguem contestar e reorientar a reflexão em campos outros que não aqueles aos quais aparentemente pertencem (...) têm efeitos que vão além de seu campo original.” (p, 13)


  •            “Teoria (...) um grupo ilimitado de textos sobre tudo o que existe sob o sol, dos problemas mais técnicos de filosofia acadêmica até os modos mutáveis nos quais se fala e se pensa sobre o corpo.” (p, 13)


  •            Segundo Ricard Rorty, “(...) um novo tipo de escrita que não é nem a avaliação dos méritos relativos das produções literárias, nem história intelectual, nem filosofia moral, nem profecia social, mas tudo isso combinado num novo gênero”. (p, 13)


  •           “O principal efeito da teoria é a discussão do ‘senso comum’: visões de senso comum sobre sentido, escrita, literatura, experiência.” (p, 13)


  •           “O filósofo Richard Rorty fala de um gênero novo, misto, que começou no século XIX (...)”(p, 13)


  •             “A teoria é muitas vezes uma crítica belicosa de noções de senso comum; mais ainda, uma tentativa de mostrar que o que aceitamos sem discussão como ‘senso comum’ é, de fato, uma construção histórica, uma teoria específica que passou a nos parecer tão natural que nem ao menos a vemos como uma teoria.” (p, 14)


  •            “(...) a teoria envolve a prática especulativa (...)” (p, 22)


  •            “(...) o principal ímpeto da teoria recente, que é a crítica do que quer que seja tomado como natural, a demonstração de que o que foi pensado ou declarado natural é na realidade um produto histórico, cultural.” (p, 22)


  •           “Então, o que é teoria? Quatro pontos principais surgiram.


1)      A teoria é interdisciplinar – um discurso com efeitos fora de uma disciplina original.
2)  A teoria é analítica e especulativa – uma tentativa de entender o que está envolvido naquilo que chamamos de sexo ou linguagem ou escrita ou sentido ou o sujeito.
3)      A teoria é uma crítica do senso comum, de conceitos considerados como naturais.
4)     A teoria é reflexiva, é reflexão sobre reflexão, investigação das categorias que utilizamos ao fazer sentido das coisas, na literatura e em outras práticas discursivas. (p, 23)

·       “(...) a teoria é intimidadora. Um dos traços mais desanimadores da teoria hoje é que ela é infinita. Não é algo que você poderia algum dia dominar, nem um grupo específico de textos que poderia aprender de modo a ‘saber teoria’.” (p, 23)

·         “A teoria faz você desejar o domínio: você espera que a leitura teórica lhe dê os conceitos para organizar e entender os fenômenos que o preocupam. Mas a teoria torna o domínio impossível (...)” (p, 24)

·             “ (...) a teoria é ela própria o questionamento dos resultados presumidos e dos pressupostos sobre os quais eles se baseiam.” (p, 24)

·          “A natureza da teoria é desfazer, através de uma contestação de premissas e postulados, aquilo que você pensou que sabia, de modo que os efeitos da teoria não são previsíveis.” (p, 24)



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