sexta-feira, 19 de abril de 2013

Resumo: “Por que nos perguntam se existimos?”



COLASANTI,  Marina. Por que nos perguntam se existimos? In: Fragatas para Terras Distantes. Rio de Janeiro: Record 2004.

Por Glauce Souza Santos


No ano de 1996 em um Seminário intitulado Entre resistir e identificar-se, realizado na Universidade de Illinois, EUA, a escritora Marina Colasanti palestrou a respeito da Escrita Feminina. Por que nos perguntam se existimos? é o título do seu texto proferido na palestra, publicado posteriormente no seu livro de ensaios Fragatas para Terras Distantes, editora Record 2004. 

É a partir de um questionamento insistente feito pela sociedade que Marina Colasanti discorre sobre o tema Escrita Feminina. Para ela, a junção entre as duas afirmações: “Eu sou uma mulher” e “Eu sou uma escritora” parecem produzir uma poderosa reação química, cuja fórmula conduz à pergunta: “Existe uma escrita feminina?”. A autora acredita que a sociedade não está interessada em saber se de fato esta literatura existe, pois, as respostas dadas ao longo dos anos já respondem ao questionamento. 

Segundo a escritora, esta interrogação tem como pano de fundo o objetivo maquiavélico de pôr em dúvida a existência de uma literatura feminina. Mas, a autora não apenas demonstra que há por trás da pergunta um objetivo maquiavélico, como também justifica este objetivo. O poder literário, o poder da palavra e a linguagem individual são fatores ameaçadores à sociedade patriarcal.

Marina Colasanti afirma que ao estudar sobre a existência ou não de uma escrita feminina é possível encontrar um elemento revelador: a afirmação frequentemente repetida de que a pergunta sobre a existência ou não de uma literatura feminina se torna desnecessária quando se trata de escritoras ditas universais.
   
De forma bastante lúcida Colasanti nos leva a observar que, provavelmente por não lidar com a palavra em estado puro e nenhuma forma de expressão ser tão ameaçadora quanto a palavra, em nenhuma outra arte a pergunta relacionada às mulheres é feita de forma tão explícita. 

Em última análise, a autora chega à conclusão de que a pergunta “existe uma literatura feminina” não é relativa à literatura e a melhor resposta dada a ela acontecerá sempre que a tirarmos do seu falso lugar. E por fim, admite que sempre arma sua defesa no enfrentamento dos preconceitos e que sua busca pela essência da escrita se dá numa procura dentro de si, da sua própria e mais profunda essência, que é a essência de mulher. 

5 comentários:

  1. êita nós os estudos estão a todo vapor! Para mim há sem dúvida uma escrita feminina e reafirma-la é um ato político.

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  2. Mas em relação à pergunta que Marina trata no texto, o conselho dela não é bom? Responder esta questão tirando ela do falso lugar.

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  3. Adriana, há tmb várias formas de reafirmar esta escrita como estudar, escrever etc, concorda?

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  4. Partindo desse ponto de vista Adriana, qualquer posicionamento que expresse uma opinião, passa a ser um ato político. Portanto, acredito que seja válida a manifestação do pensamento e a defesa de uma leitura própria.

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  5. Ainda me sinto indouto de qualquer resposta a indagação principal. Enquanto civil não-universitário estudei sobre literatura de homens, Augusto dos Anjos, Manuel Bandeira, Fernando Pessoa, entre outros. Careci questionar-me sobre as escritores feministas para descobri de sua existência. Penso, se assim me permitirem, que existem fragmentos da literatura feminista/escrita feminina, mas precisamos uni-las e apresenta-las a todas e todos!

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